sábado, 10 de agosto de 2013

Hay que endurecer, pero si perder la ternura jamás.
Hernesto Che Guevara

Qualquer uma pessoa que acesse a internet vai entender facilmente os acontecimentos envolvendo alguns membros que se dizem iniciados no ifá cubano, agredindo violentamente o babalawo tradicional yoruba, Ifágbaíyin Agboola.

A razão é bem clara, homofobia, os membros desse grupo reagiram com violência ao texto divulgado pelo babalawo Ifágbaíyin em seu blog, www.babalawoifagbaiyin.com, a onde ele admite que inicia homossexual, e mulheres como membro do ifa tradicional.

As agressões começaram a mais de um mês e atingiram proporções inaceitáveis quando na comunidade culto de ifa no Brasil, um dos integrantes postou a foto de uma moça iniciada como iyanifa, pelo babalawo tradicional, na Nigéria os membros do ifá, (babalawos) costumam iniciar mulheres como iyanifas, isso fez com que um grupo que se autodenomina membros do ifá cubano, integrantes da comunidade, no facebook, chegasse ao extremo na tarde de ontem, postando um vídeo, do casamento do babalawo, na tentativa de agredir os rituais tradicionais yorubanos.

A situação chegou a um ponto que ficou caracterizado um crime de intolerância religiosa, o babalawo Ifágbaíyin reagiu com algumas denuncias que enfureceu o grupo, que o ameaçou de morte.

As autoridades começaram a investigar os acontecimentos, do grupo que se diz cubano.

Uma religião que escolhe os seus membros pela sua preferencia sexual, é no mínimo, intransigente em relação às leis do nosso pais,

O babalawo Ifágbaíyin deixa bem claro, que não interessa a ele opção sexual das pessoas por ele iniciadas, sigo a orientação de ifá, e inicio as pessoas, que Orúnmìlà indica.

Não aceito que imagens minhas e da minha família onde faz parte minha mãe que tem oitenta e um anos, estejam sendo divulgadas dessa forma.

Minha mãe esta acamada dado à gravidade da situação ela que tem um saúde frágil do alto dos seus mais de oitenta anos, me disse (meu filho siga fazendo o seu trabalho e nunca pergunte para ninguém com eles se deitam, isso não é coisa de sacerdote).

Vou seguir fazendo o meu trabalho.


O Ifagabiyin recebeu o solidariedade e o apoio de inúmeros membro do ifá cubano, em ligações telefônicas e mensagens, haja visto que ele mesmo, começou a sua trajetória nesse seguimento, a duas décadas.

Um comentário:

  1. Prezado Babalawo Ifagbaiyin

    Um dia em dado momento histórico a igreja achava que negros não tinham alma. O que eles afirmam é um preconceito tão baixo como esse.

    O que as pessoas não compreendem é que toda religião por mais que tenha um dogma espiritual, ela é fundada com reflexos sociais e culturais.

    Ifá nasceu em uma sociedade totalmente patriarcal. Por isso tem esse caráter masculino acentuado, porem como toda religião ela se divide em dogmas espirituais e sociais.

    O que espiritual é abrangente, puro e imutável, e não faz distinção de pessoas em si
    porque versa do espirito e alma.

    O lado cultural de uma religião é dinâmico e deve acompanhar a evolução social.

    Afinal em ifá o importante para um babalawo é coração, a conduta e caráter.

    Gosto muito do seu trabalho, seus textos, e acho que pessoas como você são dadivas de Orumila para trazer luz ao futuro do culto de ifá.

    É preciso de coragem, sabedoria e bom coração para lançar luz na ignorância das pessoas.

    Eu lamento por esse babalawos tão limitados, afinal foi à mente pequena com pensamentos pequenos que afundaram o candomblé afro-brasileiro.

    Se ninguém fizer nada eles farão o mesmo a ifá.

    Glauco M Gobbo

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