quarta-feira, 29 de maio de 2013

Estupides, burrice, ignorância ou conveniência.

Texto: Babalawo Ifagbaiyin

Estupides é negar que houve adaptações para que o culto de orisá, no Brasil sobrevivesse.

Burrice é não aceitar que hoje, temos condições de recuperar tudo que foi perdido em razão da repressão de outrora.

Ignorância é permanecer como está com a desculpa que respeita as tradições e os antepassados.

Conveniência é usar benéficos da modernidade e informações, somente em alguns itens que beneficiam em uma questão especifica e em um tempo determinado.

Exemplos:

Usar tecidos yorubanos para se dizer conectado com a raiz até na forma de vestir, porem em modelos regionais, se o tecido yoruba o identifica com a raiz, certamente a identificação vai está em conformidade com o modelo tradicional.

Afirmar que joga por odu sem jamais ter recebido o merindilogun de alguém que tenha conhecimento e odu para tal.

Se dizer conectado com as tradições e usar adja, lagdiba, ileke de âmbar ou alabastro, mas não ter os orisás arrumados com odu. 

Falar meia dúzia de palavras em yoruba e não saber a tradução, do seu próprio oruko.

Distribuir cargos em sua casa, sem saber cantar no mínimo oye.
Fazer ebó de odu considerando o alinhamento do odu, com a quantidade, de itens a serem usados.

Dizer que vai consultar ifá e usar o merindilogun e lançar mão de somas da data de nascimento dia, mês e ano para identificar orisá.

Usar ekodide e não tirar o cabelo.

Se dizer iniciado, mas não seguir as indicações de ewo (proibições).
Usar osun, efun e waji, mas não conhecer folhas.

Pintar alguém com waji e ofun e não usar osun, é assustador.

Se dizer de orisá e levar iyawo na igreja, como diz dona Estela de Osossi, o povo ainda é escravo e não sabe.

Se dizer alinhado com cultura de orisá, e beijar a mão pedindo a benção, como indicação do catolicismo em relação ao sacerdote.

Se dizer atualizado e culto, e na festa para o orisá, servir maionese, estrogonofe, sem ter a mínima noção de como preparar um eko.

Achar que esta elegantemente vestida e chamar roupa branca de ração.
Se dizer que é feito de orisá e ter usado mokan.

Dizer que tem seu assentado e rezar diante de uma vasilha que tem um garfo de ferro.

Se dizer oloorisa e cantar para vodun, e ainda por cima colocar o iba de um orisa sobre um porrão.

Dizer que o orisá é tudo na vida e se incorporar com catiço.

Sacrificar escondido e não usar o seu próprio oruko e postar como esotérico.
Estupides, burrice, ignorância ou conveniência, a verdade é que todos os dias, em nosso país presenciamos auxiliares de enfermagem, se dizer médicos, auxiliares de pedreiro se dizer engenheiros, sargento dizendo que é general e idiota se titular sacerdote.

A falta de informação somada a interesses obscuros conduz por um caminho sem volta, a ignorância montada na arrogância.

Vai ter que existir em um futuro um órgão regulador, onde o despreparo impossibilite e o conhecimento, seja premiado.

Admitir que as monstruosidades que estão sendo feitas em nome do orisá, faz parte de um processo de seleção, é desculpar o errado sem reconhecer o certo, é dar credito para quem não merece e colocar todas as pessoas em um mesmo nível.

Ifá gbe wa o
Babalawo Ifagbaiyin

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